quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Retalhos.

"Nunca penso no futuro, ele chega rápido demais." (Albert Einstein)

"O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo." (Mario Quintana)

"As quatro coisas que não voltam para trás: A pedra atirada, a palavra dita, a ocasião perdida e o tempo passado." (Autor desconhecido)

"Por mais que o tempo possa parecer a passagem das horas, vão parecer curtos se pensar que nunca mais há de vê-los passar." (Aldous Huxley)




Como não posso construir um muro e deixar que as pessoas o pintem ao seu modo particular, reservei esse espaço no meu blog para dedicar à lembranças dos tempos de colégio. Pura e simplesmente lembranças. Em seu modo mais nobre e singelo, a lembrança, recordação, saudade.

Aqui estão alguns depoimentos de pessoas que fizeram parte dos meus dias, melhor: nossos dias. Pessoas que compuseram a turma G e têm algo para lembrar, seja procedido de um sorriso ou um pensamento ruim.

Eis:

Leonardo Soares:


“Uma das coisas que não esqueço nunca foi o dia que era aula de Mauro. Ele colocou pra fora Marcos, Steffany, Carla, Ingrid, Rafaela e eu... Ele chamou Conceição e tal. Quando a gente chegou na sala de Conceição, ficamos conversando a tarde quase toda, tomando cafezinho...uhuaha! Mto bom esse dia...”

Tácyla:
“Teve a vez que Paulinho encontrou eu, Amanda e Pâmella engatinhand
o pelo corredor de cima tentando fugir! Teve outra que um cara da uva queria me bater só por que eu gritei no pé do ouvido dele!”

Tácyla, tu era quase uma trombadinha! Lembra da vez que a gente ainda se reunia perto da biblioteca, aí tu inventou de apertar o extintor que fica perto da sala de Cássia Virgínia e saiu todo mundo correndo, parecendo bandido??


Ana Amélia:
“Uma coisa que eu nunca vou esquecer foi naquele dia em que estavámos assistindo aula de Oton e disseram ter uma bomba no batista. Niguém podia sair d
o batista sem a bomba seria acionada. Tinha muito policiais lá. Foi muita doideira! Nunca vou esquecer!”

3ºG - 2007 - saudades

Rosemeire Rezende:


“Tem tantas coisas... Tipo teve o lance da carteira caindo lá de cima que eu vi...^^ Tem também a gente correndo pra sala por que Bismarck estava correndo na nossa frente, lembra?”

Anúzia Freitas:

“nuh nuh foreverrrrr uaranííiiiii... simpow pestTTttt, pest contínUUUuuuu... aí migah issu aí vou esqcer nunKKkk ficou registrado aki s2 pra sempre =D saudades dakele Batista
aaa dos snakes, dos nossos momentos de piraçãoOOo ^^ oOOooÔhhh senhor se o tempo voltasse =/, repetiria tudOOOooo... e akela, Quem q pãO quem q pãOO quem q pÂOO tãOo bunitinhuu bunitinho bunitinhoo bem gostosinho gostosinho gostosinha eUU qro um!!! shuahushusha... eita q essas musikas soh poderiam ser criadas por nóis!!! amOOOo esses momentos fikram pra sempre!”

Roberto Salles:

“Bom... O passeio na Faculdade São Luís, a Aula da Saudade, os cacuetes do George, "SIM, SENHORES" do Getúlio... Por aí vai...”

Ítala Nande:

“Um dia que estava acontecendo um jogo la ai eu e Amanda fugimos p banheiro do ginasio, ai ficamos um bom tempo, e la entreram 2 meninos no nosso banheiro de outra sala que queriam ficar um comigo e outro com Amanda. Ai com o passar do tempo foi chegando as meninas pra
tomar banho e se trocarem e ficou eu, Rafael, Amanda e outro la. Menina eu so sei que as mulheres que estavam la notaram q tinha gente la e chamaram o treinador la ai ele começou a bater na porta dizendo que era pra gente sair parecendo cena de filme . rsrs Ai a gente saiu e fomos parar na sala da coordenadora de esportes esqueci o nome dela. Ela deu um carao na gente so o menino que estava com Amanda fugiu e a coordenadora pediu pra gente falar o nome so que eu não sabia o nome dele e Amanda sabia so que não queria falar, eu já estava nervosa se não falasse ia ser pior pra gente, ai ela ainda perguntou pra Amanda se ela tinha gostado..rsrs de estar com o menino trancada no banheiro. Ela pensava que a gente tava fazendo "coisas" la dentro entendeu? Só que nada a ver...”

Shenara Silva:

“Lembrei daquela música: “Eu tava cagando a moita e um homem me jogou uma pedra a pedra bateu na bunda a bunda bateu na pedra everybody puta caralho merda filha da puta que jogou a pedra” A gente pirava cantando isso bebado no chuveiro da area da piscina... Lembro também de um dia que a gente tava gaziando (normal). Marcos se abaixou pra olhar por debaixo do carro e Carla caiu em cima dele e eu também e ele caiu de cara no chão... fez um barulhão! Paulinho ouviu e foi atrás da gente... Ai quando a gente foi pra coordenção pegar 3 dias de suspenção a gente chorou, chorou e pegou só um dia.”

Zezinho:

“Lembro de quando eu cantava minhas músicas pra você e as meninas...”

Ana Gláucia:

“Mas lembro de quando Tiago jogou uma camisinha na sala de aula no horáriode Matematica, lembra? Aí, o professor disse que ia tirar ponto de todo mundo, menos de quem tava no banheiro... e Tiago tava no banheiro nessa hora... =//”

Marta:


“Lembro de muita coisa, mas uma das que não sai da minha cabeça foi um dia que a gente venceu as meninas da H. Esse não tem como esquecer! A turma H era sempre a que vencia todas as disputas de futsal feminino, aí um belo dia, nós, reles mortais, tiramos as meninas de campo, literalmente! Anúzia era goleira, Daline e Larissa atacantes. Durante dias elas tiravam a gente pra palito, provocando, dizendo que iam ganhar e tal... Aí no dia, o ginásio tava lotado, a maioria do povo torcendo pela gente, ‘vocês têm que ganhar!’ Era tanta pressão... Aí Daline começou a fazer gol, elas começaram a apelar pra agressividade batendo, chingando (Chingou a mãe de Anúzia), dando coices etc. Teve uma hora que tudo andou em câmera lenta: Kelyanne (da H) chutou pro gol e Nayana inventou de tirar a bola com a cabeça, mas como ela tem tamanho diminuto, a bola fez uma circunferência, a menor possível... eu juro como via a bola entrar no gol, mas foi trave... Nessa hora faltou pouco destravar tudo em mim... meu S2 tava que não se aguentava, já tinha machucado minha unha encravada dezenas de vezes... mas a dor valeu à pena! 2x1 A turma G nunca mais foi a mesma. A H, ahahahahha, foi ‘dormir na pia’ ! Ahahahaha

"O time" de futsal - Carla, eu, Nay, Daline, Débora, Shenara, Rose e Ana Gláucia

Medindo tempo e saudades.

1º Ano - 2005.

<>

Não á nada inédito: todos sabem que o tempo passa! Não foi uma característica humana a inatividade à percepção temporal. Quando percebemos, já passou... O inédito eu cito agora.

Cheguei aqui em São Luís em 2005. Menininha ‘caboca’ do mato, sem pai nem mãe pra defender, seca como um espeto e feia como o diabo em tua terra da qual não pertencia.

No Batista, fiz amizade com os Snakes. Nós nos amávamos, mas não sei o porquê dos professores não gostarem da gente. Só por que a gente conversava? Isso não é suficiente! Só por que a gente bagunçava de verdade? Também não é pra tanto! Só por que a gente ser humano, a gente tirar nota baixa e ser índio? Hum... Eles não se zangariam por tanto!

Lembro que nossos recreios eram palcos de muita brincadeira. Nas épocas de prova, ‘baixava’ um espírito infantil na gente que não tá nas escrituras! Era roba-bandeira, pega-pega, queimado, cavalinho, pata-cega... Aí vinha Gomes (Gominho) ou Paulinho (Litlle Paul) e acabava com a graça. E era sem motivos, a gente nunca quebrou nenhuma janela, não pisou em nenhum menino-do-buchão que passasse no meio, nem nada (dessa vez não tem ironia)!

Um dia, nós fomos brincar de cabra-cega escondidos na sala. Como era hora do recreio, estava fechada. Nada que um lindo chute de Marta Borges não resolvesse... uhu!... Arrastamos as cadeiras e começamos a brincar. Shenara ninguém nunca pegava por que era (é) maaaagra... Daline levou um escorregão que até hoje dói... E eu, ahahahaha! Eu caí por cima da cadeira de Débby´s, levantei. Caí de novo, levantei. Caí de novo sobre a mesma cadeira TRÊS VEZES! As coisas dela ficaram todas bagunçadas, minha perna toda roxa, meu joelho tava sem mobilidade e Chesterton, que nem estava na brincadeira, levou a culpa por tudo, tadinho!

E o dia do Oh Happy Day? Nós já estávamos no segundo ano, era pra sermos crescidinhos, né? Que naaada! Depois de tudo tramado, ninguém conseguia dormir de tanta ansiedade. Todo mundo queria que chegasse logo o domingo ensolarado para que a gente pudesse se bronzear, banhar de piscina, enfim, curtir a vida! Íamos ter várias atrações: torta na cara, futebol, campeonato de natação etc. Enfim, o grande dia chegou: chuva, chuva e... Chuva! “Where is the sun?!” Havia dois times: o vermelho e o amarelo. Na torta na cara todo mundo saiu imuuundo, as pestanas nem piscavam mais de tanta clara de ovo e anilina; no futebol, a quadra tava alagada e depois de muitos tombos, topadas e escorregões, o placar foi muita coceira vinda do mato! Haja sabão e cloro pra tirar a pira! O vermelho ganhou – os melhores, claro!

Aniversário 'surpresa' de Marcos. Digestão Cutânea e facial. Rsrsrs

Teve também o dia em que Steffany, Shenara, Carla, Bruno, Tiago e eu fomos gazear na quadra e Edilson (bandido) pegou a gente e levou-nos pra Franklin. Eu nunca menti tanto na minha vida! Menti tanto e tão bem que já começava a acreditar em mim mesma, na minha própria mentira. Carla, que era a mentirosa oficial do grupo, perdeu o posto! “Franklin, a gente foi lá fora buscar um negócio, assistimos aula! Poxa, tu acha mesmo que eu seria capaz de uma coisa dessas?!” Meu passado limpo me salvou, Biu e Tiago fugiram de Franklin, mas Kerla e Stick pegaram dois dias de suspensão... Sem contar que no dia anterior Edilson ficou feio besta correndo atrás das meninas por todo o colégio até a hora que elas conseguiram se esconder no banheiro... No dia da quadra ele descontou! Hahahahahaha

E quando tinha brincadeira de dica era só pérola sob pérola! Certa vez, a palavra era chocolate, aí surgiu como dicas cacau, doce, entre outras. Eu, inteligente que sou, gritei na maior empolgação “JUJUBA” como se existisse alguma correlação entre os dois, além da doçura. Outra, a palavra era extraterrestre e, entre as dicas, tinha nave espacial, E.T, marciano. E eu, esperta como nunca, falei “CLARK KENT”! Ai Jesus, eu não me agüento! Rsrsrsrs

Seem contar um dia praticamente inesquecível! Adivinhem: (Todos em coro) “Nunu Forebs/Guarani/ Simple Past/ Past Continuos” Aniversário surpresa de Anúzia. Todos em pé. Cantando. Dançando. Sorrindo. Comendo o bolo mais gostoso que Daline já fez. Conceição e Jesus (Christ) dando murrão no compensado, que por pouco não cai. O recreio, pequeno. O mundo pequeno. Nosso universo naquela sala infinitamente colossal frente à simples comemoração. A mais perfeita de todas. A mais inesquecível de todas.

E no churrasco da sala teve um episódio, no mínimo escrupuloso envolvendo vômitos, Taffarel e a queda de Marcos/Nay/Stick e Sheik... argh! Imaginem a cena. Não vou contar, definitivamente!

Tem outros acontecimentos que eu não mencionarei por que envolve o DPCA, processos e justiça federal. Minhas brigas com Marcos na educação física também quase viram caso de polícia. Por que não se tornaram?! Era cada caso de agressão física e verbal entre nós dois...

Ai, ai... O tempo com esse povo passou tão rápido que eu nem percebi. Coisas que aconteceram há quatro anos eu penso que foram ontem... Começamos a seguir rumos distintos. Não nos vemos mais com tanta freqüência como antes, as conversas são outras, as pessoas são outras - mesmo estando no mesmo corpo-, os rumos são outros. Os pontos de encontro não são mais nossas casas, nem a piscina de Shenara: Reviver, Litorânea,... Talvez, nunca mais nos encontraremos todos juntos novamente; talvez o MSN e o Orkut passem a não suprir toda a necessidade carnal que um simples ‘estar perto’ e um abraço pedem. Os nossos verbetes, nossos logismos, nossas frases, pérolas, enfim, serão inesquecíveis! “Kinho Day. Day mesmo!” “Que protuberância é essa na tua testa?” “H#$%¨, vai-te Phd, p***” “Como tu sois vulgar!” “ Começando agora a entrevista com Bárbara Strasser...” Essa coisa de Marcos e Carla era podre!

"Imagens valem mais que mil palavras"

Atualmente, Shenara faz Direito puxando para o lado errado; Carla é caixa dois em uma farmácia; Marcos está de vida nova em Curitiba; Steffany é a mais inteligente da ilha, está namorando ‘Momô’ e esperando a confirmação do seu primeiro lugar na UEMA; Nay faz Oceonografia na UFMA; Daline era a mulher da Thenda Lanches, mas nunca mais a vi por lá.

A vocês, amigos, só tenho a agradecer por todos esses momentos ínfimos, inesquecíveis e dignos de muita lembrança e, principalmente, sorrisos. Momentos esses que proporcionaram a mim uma melhor percepção do que fazer com a vida antes que ela acabe sem ter muitas diversões. Momentos esses que por vezes extrapolaram, por vezes deleitaram em lágrimas, risos e escândalos é uma espécie de ‘soma’ na minha vida. Uma operação sem subtração. Multiplicação é necessária sempre. A divisão? Estou concluindo agora nesse texto com todos que o leram.

Idosos e gordos. 3º Ano - 2007 - Merty, Kerla, kinho, Litlle Ney, Derling, Sheik e Stick


"E pensar que o que foi um dia nunca mais voltará, torna-se, a cada dia, um incentivo para aproveitar a vida como nunca.” Marta Borges

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Para todas as horas um pai. Para todo o sempre, um amigo.

O homem da minha vida. A pequena mulher da vida dele.


Hoje, dia 09 de fevereiro de 2009, completa exatamente um ano que sinto saudades. Há um ano, acordei umas 6:30, 7:00 hrs da manhã pela minha prima me dizendo que eu tinha que ser forte e suportar a dor pela morte de meu pai. Esperava por essa notícia mais cedo ou mais tarde, mas mesmo assim não foi fácil absorvê-la, engoli-la, até mesmo por que estava esperando meu pai chegar aqui em São Luís ainda com vida e não que ele morresse cerca de quatro horas antes de viajar. Eu esperava ver meu pai novamente, abraçá-lo, beijá-lo etc.

Papai sempre foi um homem muito forte, bravo, guerreiro, teimoso, cabeça-dura, leal, honesto, trabalhador, mas ao mesmo tempo, era um homem muito fraco para a dor. Por qualquer dorzinha, ele logo ficava todo humilhado, tadinho.

Papai amava aqueles animais como se fossem parte dele; amava aquele curral, aquelas terras. Até quando pôde, fez do impossível o possível para fazer aquilo continuar de pé e dar certo. Lembro-me que ele acordava sempre umas 5 hrs da manhã e ia pro curral tirar leite das vacas. De domingo a domingo, fizesse chuva ou sol. Até quando pôde ele fez isso, até seus poucos 80 anos e mesmo assim ficava lamentando, dizendo que “Quando os gatos saem, os ratos fazem a festa.”

Recordo-me agora da época que ele me ensinou a andar a cavalo: eram umas 15:30; ele estava chegando com as vacas-de-leite da solta, eu esperando-o no curral. Quando ele entrou, eu fiquei olhando pra ele e para o cavalo. Ele me olhou, puxou a rédea do cavalo para a esquerda e para a direita como se dissesse: “Minha filha, é assim que se faz!”, mas não disse uma palavra. Após isso, passei a ajudá-lo diariamente com os animais.

Mamãe vive me contando a história de que quando eu era bebêzinha – o que não faz muito tempo-, tinha uma música horrível que papai dançava comigo nos braços; e à tarde eu só dormia se ele dançasse comigo. Sem dança, sem sono, sem tranqüilidade! Por diversas vezes eu fazia alguma coisa de errado que merecia uma ‘surrinha’, aí ele não queria me bater, ou preguiça, sei lá, e me perguntava “Tu prefere apanhar agora ou só na próxima?” Eu, como não sou besta, dizia que era para a próxima, claro! E a próxima nunca acontecia... rsrsrs

Por diversas vezes foi bom conosco, o que não impedia também de ser, às vezes, mal. Por vezes você foi injusto, nos castigou por coisas banais, ou mesmo que não fizemos. Nunca entendi por que você tratava o Melão daquele jeito. Sei que você o amava, mas por que nunca demonstrou da maneira certa?! Quando você partiu, Jr. também sentiu muito sua falta, assim como todos nós. Ele tava lá quando tudo aconteceu, deve lembrar disso com tristeza... não deve ser fácil ver o próprio pai sofrendo... No dia que me contaram o que tia Alice fez, chorei de felicidade pela notícia. “Eu te amo, meu filho!”

Papai, te admiro muito por ter sido essa pessoa que foi, sabia? Defeitos todo ser humano tem e os seus não eram poucos. A teimosia e a vontade de querer fazer sempre o que não podia eram um deles. Porém, confundia-se com a sua garra, a vontade de não querer parar nunca, mesmo quando os seus limites já haviam sido superados há muito. A sua mente bolava planos e condições que o corpo não mais suportava e esse é o defeito que eu mais admiro em você. Era o meu defeito favorito! (Risos)


Nossa última foto juntos. Mãos que acariciam.

Mesmo com um ano completo, imagino às vezes que você ainda está perto de mim, talvez esteja ficando louca, ou seja só saudades mesmo. Sempre quando estou indo pra VF, tenho a sensação de que você está na varanda esperando minha chegada, como fazia. Você esperava a hora que fosse, mas só almoçava quando eu chegava ou então ficava dormindo no sofá, mas só ia pra cama depois de se certificar que eu havia chegado bem. Nem gosto muito de melancia, mas você comprava um inteirinha pra mim... e ninguém poderia abrir enquanto eu não chegasse. Ô pai, até parece que eu como tudo aquilo... (risos) Olho para seu quarto, o curral, a sua cadeira, seu lugar na mesa – que ninguém nunca senta na hora de almoçar-, a bengalinha, suas roupas etc. e não tem como não pensar que você está ali ocupando tudo aquilo. Até meus costumes ainda lhe incluem... quando fui passar o final do ano em VF/2008-2009, durmi à tarde e quando acordei, debrucei-me sobre o parapeito da janela e me perguntei: “Que milagre foi esse papai não ter me acordado pra fazer café?!”

Paizinho, como já disse em outro texto que fiz, você não foi um pai perfeito e nem eu fui ‘A filha’, mas fomos o suficiente bons para sermos PAI & FILHA. Quando você disse chorando pra mamãe que estava triste por que não ia ver a filhinha se formar, pode ter certeza que a próxima lágrima será de felicidade ao me ver colando grau; e verá de camarote, hein? (Chique, papito!) (Risos) E lembra qual foi a primeira palavra que o João Guilherme disse? Não foi “mamãe”, nem “papai”...“Dodô!”

Demorou pra eu acostumar a viver sem você aqui, às vezes penso que nunca me acostumei, pra falar a verdade! Depois do sonho que tive e do que aconteceu quando acordei, passei a ter a certeza de que não estou sozinha aqui e que, onde estiver, você está cuidando de mim, como sempre fez. Tenho o maios orgulho do mundo de ser uma BORGES e, principalmente, de poder ter te chamado de PAI ,simplesmente, PAI.

Papai, pai, Dodô, Sr. Liberato, ‘Coronel’... tudo isso você foi e, na nossa memória, sempre será. Não importa em qual dimensão você esteja. A mim, o importante é que você não sairá nunca do meu coração...

“Pai, tá difícil manter o caminho
Tenho andado em meio a espinhos
Nem sempre é tão fácil acertar

Pai, emoções descalçam os meus pés
Me roubando em meio a cordéis
Que me enlaçam em minhas fraquezas

Pai, eu nem sei o que te falar
Mas, eu quero recomeçar
Me ajuda nesse instante”

Aline Barros. Recomeçar